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Cultura Maker: O que você precisa saber sobre e os impactos na educação

Você já ouviu falar no termo “faça você mesmo” (do inglês “Do It Yourself”)? Vou chutar que certamente já teve contato com a expressão em algum momento da vida. Já visto como uma verdadeira febre do século XXI, a chamada “cultura maker” ganhou espaço e cada vez mais adeptos principalmente por nossa constante busca por soluções cada vez mais criativas e personalizadas para os mais variados contextos do cotidiano.

Com temas como inovação e tecnologia cada vez mais em alta, esse movimento passou a ser pesquisado e aplicado como um importante aliado em importantes segmentos, dentre eles a educação. Isso porque os novos recursos tecnológicos facilitaram consideravelmente a criação de soluções mais práticas e a baixo custo para determinadas necessidades.

A partir de um vínculo que vem se fortalecendo gradativamente com a educação, a cultura maker passa a ser aplicada nos mais variados contextos e cenários. E assim, vemos a evolução de uma expressão amplamente utilizada em contextos cotidianos, para uma poderosa ferramenta dentro de uma verdadeira revolução na aprendizagem

Colocando o aluno no centro do aprendizado, especialmente em fases tão determinantes como é a educação infantil, esse tipo de aprendizagem mão na massa cresce ao mesmo passo em que mostra resultados impactantes como nunca antes visto. Com a infância sendo um período de muita experimentação e descoberta, o ato de “aprender fazendo” e “ver com as mãos” são decisivos e muito bem aproveitados nesse contexto pedagógico, segundo os princípios da cultura maker.

Então para te atualizar sobre todo o potencial dessa super tendência continue lendo e confira tudo que você precisa saber sobre a cultura maker e seus impactos no contexto educacional!

Afinal, a que se refere o termo “cultura maker”?

A cultura maker foi criada em 2005 por Dale Dougherty, famoso autor e fundador da primeira publicação especializada em cultura maker nos EUA e referência hoje no mundo inteiro. Em 2006, a publicação serviu como base para a organização da primeira Maker Faire, feira que passou a ser ponto de encontro anual dos adeptos do movimento em algumas cidades do mundo.

Dougherty, o pioneiro, apresenta a cultura maker como uma grande revolução da criatividade, valorizando a experimentação. Com enfoque inicial em projetos tecnológicos, o criador não visualizava todo o potencial futuro da cultura mas já buscava criar algo que fosse útil para nossa geração. Assim, definiu os “makers” (criadores) inicialmente para se referir aos leitores da sua revista “Make”, deixando claro que eles não eram apenas consumidores, e sim produtores, pessoas que criavam coisas com as próprias mãos.

Hoje já acontecem diversos encontros dos adeptos da cultura maker, não são apenas virtuais, mas em laboratórios e outro locais onde empreendedores, pesquisadores e entusiastas criam seus protótipos de um jeito rápido e barato. Além disso, os laboratórios possibilitam associar atividades mão na massa com conhecimento e, por isso, também estão sendo instalados em algumas instituições de ensino.

A cultura maker e o contexto educacional

Falando sobre a educação, a cultura maker destaca o potencial de tornar o aprendizado mais significativo no desenvolvimento de competências fundamentais para o século XXI como resolução de problemas, empatia e autonomia. “Tenho notado muito interesse por parte das crianças, ainda mais porque atividades com o contexto de ‘faça você mesmo’ e todo o estímulo de colocar a mão na massa têm se tornado cada vez mais incomuns nas escolas” – afirma Dougherty em entrevista ao Estadão.

Em determinadas escolas, aulas teóricas e tradicionais já vêm sendo substituídas ou complementadas com atividades práticas e projetos em laboratórios, proporcionando uma experiência transdisciplinar, dinâmica e motivadora. Quando falamos na aplicação pedagógica da cultura maker, valoriza bem mais o processo prático pelo qual o aluno passa do que, necessariamente, o produto que entrega.

Assim, é possível afirmar que a cultura maker vem propondo ao longo dos últimos anos um resgate necessário da aprendizagem mão na massa, reforçando todo ato de “aprender fazendo”, permitindo aos estudantes ter contato com uma maneira mais prazerosa, lúdica e eficiente de assimilar conteúdos. 

Uma das principais palavras-chave da cultura maker aplicada ao ensino é a autonomia, com o estudante ocupando um papel central no seu próprio aprendizado. Há um constante estímulo para que se possa explorar, criar, planejar, testar e executar as mais diversas atividades no processo de absorção do conhecimento. 

Maker Spaces

Os chamados “espaços maker” (makerspaces, em inglês) já foram introduzidos anteriormente quando citamos as ocasiões em que os entusiastas da cultura maker se reúnem para criar. Em geral, esses locais são mistos de oficina mecânica, estúdio de arte e laboratório de computação devido aos equipamentos diversos à disposição, apesar de serem uma espécie de espaço de trabalho, não um local para só passar o tempo. 

Porém, para alguns grupos específicos, a exemplo das crianças, um makerspace pode ser simplesmente uma sala vazia com jogos de tabuleiro, tesoura e outros materiais escolares. Evitando assim, que a presença ou ausência de determinados equipamentos confunda-se com o processo de criação. O mesmo pode ser aplicado às salas de aula alinhadas com os conceitos da cultura maker.

Com uma configuração diferenciada, as carteiras, por exemplo, mudam das tradicionais fileiras para criar outro agrupamento, buscando maior produtividade e interação. Ao construir novas dinâmicas é frequentemente estimulado que um aluno fica de frente para o outro ou em círculo, transformando a sala em um ambiente mais acolhedor e inovador. 

Tendo como objetivo a otimização do processo de ensino-aprendizagem por meio de um maior protagonismo do aluno no seu desenvolvimento, um espaço adequado tem papel fundamental para execução de atividades desafiadoras, estimulantes para a solução de problemas, fundamentais para o futuro desse aluno.

Qual a importância da cultura maker na educação?

Os resultados nas instituições de ensino onde a cultura maker já é adotada são significativos, principalmente quando comparamos aos dados anteriores, onde havia apenas métodos tradicionais de ensino. Os números não nos deixam mentir, já que pesquisas feitas na Universidade de Stanford apontam um desempenho 30% maior em estudantes que tiveram algum tipo de contato com a aprendizagem maker, em comparação com os colegas que realizaram as mesma atividades propostas na pesquisa de maneira convencional.

Com tantas mudanças acontecendo a figura do professor nesse processo se torna ainda mais fundamental. No contexto de cada vez mais autonomia ao aluno, os educadores assumem um papel de orientador para que o aluno lidere o processo em algumas situações, quebrando hierarquias e verticalizando o ensino-aprendizagem. 

Assim, vemos importantes impactos da cultura maker na educação cada vez maiores, em vários níveis, como formas eficazes de desenvolver competências cognitivas e socioemocionais indispensáveis para os cidadãos e profissionais do futuro. 

Dougherty deu início a algo que já torna-se um fenômeno mundial em que as pessoas podem se tornar mais autônomas e proativas dentro de seus campos de atuação, o que representa um importante passo para aperfeiçoar as mais diversas atividades. No caso da educação, a proposta de tornar a escola um ambiente colaborativo de aprendizagem possibilita muito mais interação entre alunos e professores, trazendo muito mais incentivo e eficiência com as chamadas metodologias ativas de ensino.

Dessa forma, valorizar, pesquisar sobre e aplicar os conceitos da cultura maker nas instituições de ensino pode produzir efeitos de grande valia a curto, médio e longo prazo na vida de educadores, estudantes e toda a sociedade. Em um primeiro momento é recomendado avaliar a necessidade de abandonar ou intercalar práticas tradicionais que não surtem mais o efeito esperado no processo de ensino-aprendizagem. 

Com isso atividades que estimulam os alunos a ver valor no conhecimento adquirido vão sendo criadas e também devem ter a sua eficiência avaliada frequentemente. Dessa forma, o foco em estimular interesses e habilidades tais como como liderança, criatividade e proatividade, são imprescindíveis para formar crianças preparadas para um futuro de makers!

Você já deve ter percebido que talvez tenha algo de maker dentro de si, não é mesmo? Para seguir nessa auto-avaliação confira nosso super conteúdo sobre habilidades importantes e desejadas para 2020 e veja quais delas você possui!

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