Quero iniciar esta conversa perguntando se você já esteve presente em alguma situação em que pais pedem para os filhos: “Querido, fale um pouco em inglês para a tia ouvir como você sabe” e a criança começa a ficar encolhida tentando se esconder e acaba por não falar nada? Tem uma outra situação que é bem comum e gostaria de saber se você já presenciou: a aula chega ao fim, os pais buscam os filhos e perguntam “O que você aprendeu na aula hoje?” e a resposta é “nada” ou “não sei”.
Se em algum momento você já presenciou situações parecidas e não entendeu porque elas acontecem, sugiro que continue a leitura, porque em seguida você entenderá porque isto é tão comum.
Para a criança o que há de atividade mais importante é a brincadeira. As crianças encaram as brincadeiras com tanta “seriedade” como se fosse o trabalho delas. Poucas coisas fazem tanto sentido para as crianças quanto as brincadeiras e as fantasias que elas criam. Esta é uma razão pela qual as crianças aprendem através de brincadeiras. Quando estamos em uma aula de física e aprendemos somente teorias e fórmulas, muitas vezes não atribuímos sentido e automaticamente não aprendemos, por outro lado, se conseguirmos transferir aquela mesma situação para algo prático e vivenciamos aquilo, imediatamente atribuímos sentido e aprendemos. Com as crianças acontece da mesma forma, pois a aprendizagem é um processo ativo. Quanto mais sentindo a criança tiver no que está fazendo ou com o que está brincando, mais curiosa e mais capaz de aprender a criança será.
Quando a criança está em sala de aula, um contexto é criado para que ela brinque, atribua sentido e aprenda. É importante também tornar físico, ou seja, permitir que as crianças façam, que elas pratiquem, pois, a criança aprende muito mais fazendo do que ouvindo ou simplesmente vendo. Para que as crianças possam fazer, é necessário proporcionar ambiente e materiais para elas, esta é uma boa explicação de porque os professores e as escolas disponibilizam lápis de cor, giz de cera, papéis, tesouras, colas, folhas, jogos, som, computador, tv, cartões com imagens, fantoches e demais materiais que possam instigar a criatividade da criança e “criar cenários”.
Em contextos que fazem sentindo, as crianças são capazes de “reproduzir” para os pais o que elas aprenderam. Ao conversar com as crianças e esperar que elas falem mais sobre suas experiências de aprendizado, os pais devem criar cenários similares aos que os professores criam em sala de aula, ou tornar a conversa mais prática possível, utilizando livros com ilustrações, contos, estimulando a criança a ser uma excelente observadora, explorando cores, formas, tamanhos nomes de objetos, animais… As crianças estudam o mundo que tem a sua volta, então se os pais estiverem passeando com seus filhos, por exemplo, devem explorar tudo o que estiver ao seu redor.
Alguns exemplos de interação, levando em consideração o aprendizado do inglês são:
– Hey Henrique, veja como as rodas deste caminhão são BIG;
– William, qual é a COLOR daquele CAR?
– Joana, onde está o lápis BLUE?
São exemplos simples de ensinar a criança utilizar o que sabe. É muito importante usar uma linguagem clara e positiva e elogiar todo o progresso. As crianças só aprendem coisas novas se receberem estímulos positivos. Outra forma das crianças aprenderem é através do exemplo, se ela observar os pais lendo ou sentando para ajudá-las com os temas e atividades extras, ou até mesmo, revisando as atividades realizados no material, é natural que elas passem a gostar de fazer o mesmo e aprenderão a fazê-lo, tomando gosto por isto. Estímulos positivos resultam em comportamentos positivos.
A tarefa de “fazer com que o seu filho fale inglês para os seus conhecidos” ou “que seu filho conte o que aprendeu na escola” deve ser uma brincadeira de criança, deve fazer sentido para o “mundo” em que seu filho vive e se tornará, inclusive para você, uma gratificante oportunidade de brincar e aprender.
Bianca Dewes
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Obrigado pelo seu post me esta ajudando muito com a lingua inglesa com meus filho.