Educação financeira nas escolas

Educação financeira nas escolas: o que muda a partir de 2020

In março 12, 2020
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Quantas vezes na vida você já não desejou ter aprendido na escola sobre temas mais voltados ao seu cotidiano atual? Frequentemente reclamamos que a teoria ensinada na escolas não conseguiu nos ajudar a ter habilidades e competências necessárias para lidar com os desafios da vida adulta. Não apenas falando de soft skills importantes como inteligência emocional, por exemplo, mas também hard skills como a educação financeira.

Colocando esse último exemplo como foco aqui, destacamos a crescente importância dada ao tema de educação financeira para crianças e jovens ainda nas escolas. A proposta se alimenta do propósito de uma inserção mais crítica e consciente das novas gerações no mundo atual.

Segundo dados da Serasa Experian, a quantidade de pessoas no Brasil com restrições no nome junto ao órgão ou com dívidas atrasadas ultrapassou 63 milhões no último ano. Com esse assustador dado, em que 40% da população adulta estaria enfrentando problemas financeiros, um aumento de 3,3% em comparação com 2018 (61,2 milhões).

Diante desse contexto, a temática se torna tão debatida pela mídia quanto deveria, tendo em vista que para melhorar o cenário ainda há um longo caminho de instrução financeira para população. Com isso, o governo federal, através do Ministério da educação resolveu encabeçar uma maior conscientização sobre a administração das finanças pessoais.

De acordo com o plano, a educação financeira  estará chegando às escolas de ensino infantil e fundamental esse ano de forma transversal, e também sendo inserido na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O proposto prevê que todas as redes de ensino devem ajustar seus currículos para realizarem o ensino financeiro. 

Parece uma mudança e tanto, certo? Quer conferir tudo sobre essa super proposta que entra em vigor já este ano? Continue lendo e confira!

O que define-se como “educação financeira”?

De forma descontraída poderíamos chamar de educação financeira a “arte” de dominar o dinheiro. Contudo, falando em termos conceituais e segundo a ENEF (Estratégias Nacional de Educação Financeira) o termo refere-se à um processo.

Seguindo o que aponta o órgão, educação financeira é quando nós melhoramos nossa compreensão em relação ao dinheiro, a partir, principalmente de informação e orientação devida. A partir disso, é possível que consigamos gerar valores e as competências necessárias para essa maior consciência das oportunidades e riscos envolvidos em cada ação.

Com esse respaldo conceitual e toda a nossa experiência empírica com os boletos é inegável a importância da Educação Financeira estar nas escolas. Isso se reforça quando levamos em consideração o crescente endividamento de brasileiros cada vez mais jovens.

A superintendente da Associação de Educação Financeira do Brasil (AEF-Brasil), Claudia Forte, reforça a relevância do tema estar nas escolas em 2020, otimista com o potencial da proposta de preparar as crianças para a administração equilibrada das finanças. Além de tornar os jovens mais conscientes para planejar vários âmbitos da vida, abrindo caminho para que consiga-se fomentar habilidades empreendedoras e reduzir consideravelmente o número de endividados nos próximos anos.

Quais os desafios de levar a educação financeira para as escolas?

Como é de se imaginar, levar a educação financeira para todas as escolas brasileiras envolve vários desafios. Estes permeiam todo o caminho e vão desde a formação adequada dos professores dos níveis propostos, preparo adequado das aulas até o material didático adequado.

Luiz Miguel Garcia, presidente da União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), afirma que os municípios, responsáveis pela maior parte das matrículas públicas no ensino infantil e fundamental, estarão totalmente focados neste ano na formação dos docentes, para que eles possam levar para as salas de aula não apenas educação financeira, mas outras competências previstas na BNCC.

Além da educação financeira, Garcia destaca competências como a inclusão e educação  socioemocional como previstas com a mesma proposta, e que, inclusive, já vêm sendo aplicadas em instituições municipais no Brasil há certo tempo. “Não existe uma orientação geral com relação a isso. São iniciativas locais. Não tenho como quantificar, mas não é algo absolutamente novo”, afirma.

O que, de fato, muda com essa decisão?

Sendo a educação financeira, agora uma habilidade obrigatória nos componentes curriculares do ensino fundamental em todo o país. Assim, as escolas deverão oferecer o estudo de conceitos básicos de economia e finanças. Isso abrange temas como: taxas de juros, inflação, aplicações financeiras, rentabilidade, investimentos e impostos.

Assim, a Educação Financeira também torna-se fundamental por auxiliar na compreensão de temas mais complexos como o sistema monetário nacional e mundial. Assim, ao vermos a educação financeira como algo diretamente relacionado à construção da cidadania, em tempos de consumismo desenfreado.

Do ponto de vista do impacto da Educação Financeira na vida adulta, com a absorção de conceitos financeiros importantes por crianças e adolescentes temos uma considerável melhoria na tomada de decisões no futuro. A proposta seria de iniciar com o básico de acordo com cada nível, mas sem fugir dos temas mais “assustadores” como os empréstimos, juros e os riscos do endividamento.

Já há diversos estudos comprovando que o ambiente escolar é o mais propício para o ensino dessa disciplina, representando também um ganho para a família do aluno. Não apenas isso, obrigatoriamente temos benefícios também para os professores por seu processo de capacitação e aprendizagem. Assim, a mudança comportamental é trabalhada em toda a comunidade.

Dessa forma, em um futuro não muito distante o Brasil poderá deixar as tristes estatísticas de dívidas e dar lugar à dados positivos que comprovem a eficiência da educação financeira que está sendo implementada hoje. Sendo o principal objetivo, auxiliar os jovens a poupar e gastar os recursos financeiros com inteligência.

A educação financeira visa mostrar para o aluno que ele pode ter uma vida melhor, realizar seus sonhos, desde que consiga se planejar financeiramente. Construindo assim, um país mais estruturado e próspero.

Segundo Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (ABEFIN), a obrigatoriedade do tema desde o ensino básico tem potencial para atingir grandes resultados. Pois é nesse período que se tem a melhor absorção dos conteúdos, mostrando aos jovens uma realidade básica: é preciso lidar com o dinheiro de forma inteligente.

O especialista complementa afirmando que hoje já são cerca de 300 mil crianças e jovens de todo o Brasil sendo educadas financeiramente por programas como o Programa DSOP Educação Financeira nas Escolas além de vários outros em diversas instituições espalhadas pelo Brasil.

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Nos orgulhamos de trabalhar com a educação financeira usando a mesma premissa que o inglês: como um meio para o desenvolvimento pessoal, ou então uma ponte, da onde se está agora para um objetivo final. Todos os materiais utilizados para a formação foram desenvolvidos considerando a faixa etária e nível linguístico dos alunos.

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