Falar inglês fluentemente garante melhores salários

In março 21, 2016
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Levantamento feito pelo portal Catho com 480 mil entrevistados em 2 mil cidades brasileiras mostra que profissionais com domínio no idioma ganham quase 60% a mais em alguns cargos

No final do ano passado, três executivos da Broad Homes da China visitaram a Rôgga Empreendimentos, em Joinville. A empresa asiática é referência global na construção de edifícios ambientalmente corretos e mantém um acordo de cooperação tecnológica com a Rôgga para o desenvolvimento de novos produtos.Os profissionais que participam do projeto apresentam várias competências, entre elas, a de domínio do idioma inglês. O gerente de pesquisa e desenvolvimento da Rôgga, Gerson Castanho, faz parte da equipe.– Sem inglês é difícil. Não é bom depender de tradutor (português-mandarim) – explica Castanho, referindo-se à necessidade de conversar na língua oficial dos negócios.Situações como a de Castanho ilustram como a dificuldade na língua inglesa pode
barrar a contratação para determinadas vagas e dificultar a ascensão na carreira.O diretor da Toffs Comunicação Internacional e KNN Idiomas Joinville, Diogo Fagundes, conta o caso de uma empresa de Brusque que tem o plano de carreira atrelado à evolução na língua inglesa. Para ser gerente de departamento, o candidato precisa alcançar a soma de 500 pontos na prova da certificação intitulada Test of English for International Communication (Toeic).Pontuações mais altas no teste também contribuem para a elevação salarial, explica Diogo. Não se trata de um caso isolado. A pesquisa salarial e de benefícios da Catho, feita com 480 mil entrevistados em 2 mil cidades do Brasil, revela como o idioma pode interferir, sim, no salário.O documento divulgado em março do ano passado destaca que para cargos de gerência, falar inglês com fluência pode representar 59,7% a mais no fim do mês. Já os supervisores que dominam o idioma ganham, em média, 53,4% a mais. Nos cargos de assistentes, auxiliares e operacionais, a remuneração é 38% superior. Entre os diretores, a média é de 23,3%.

Realidade diferente nas empresas

Apesar da exigência cada vez maior das empresas, a realidade é um pouco diferente no ambiente corporativo. Na pesquisa dos profissionais brasileiros feita pela Catho em 2014, somente 3,9% dos 13.543 entrevistados responderam que falavam e escreviam fluentemente. Quanto maior é o nível hierárquico na companhia, maior é o conhecimento da língua inglesa. Entre os diretores ouvidos, 21,6% disseram ter inglês fluente.

No nível gerencial, o percentual caiu para 10,9%; coordenador e supervisor, 5,2%; analista, 3,7%; assistente, 2,4%; e estagiário, 2,9%. Nos cargos administrativos, 0,7% disseram dominar fluentemente o inglês; enquanto nas funções operacionais, 0,5%.

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De olho nas oportunidades

Laurides de Oliveira Dozol, 48 anos, analista de negócios da Totvs, começou a estudar inglês há cerca de dez anos. Fez o curso regular completo e depois continuou em contato com o idioma lendo sites estrangeiros, assistindo a filmes em inglês e ao noticiário internacional na TV.

Nos últimos dois anos, voltou a estudar e atualmente faz um curso voltado para negócios, em nível avançado.

– Sempre estudo porque o inglês não é algo que você pode começar a praticar quando a oportunidade aparece. Tenho que estar pronto a qualquer momento. A Totvs tem um laboratório na Califórnia (EUA) e algumas pessoas de Joinville foram para lá. Talvez eu nunca vá, mas se aparecer esta oportunidade, vou pegar – diz Dozol, que já passou uma semana na Turquia trabalhando no sistema de um cliente e falando inglês.

A dica dele para quem está começando é ter dedicação, persistência e nunca perder a chance de ter contato com a língua inglesa nas atividades de lazer.

Sem medo de errar

O inglês entrou na vida de Gerson Castanho, gerente de pesquisa e desenvolvimento da Rôgga, aos 15 anos, quando acompanhava as letras das músicas e se aventurava a ler livros estrangeiros. Entre os 20 e 30 anos, quando frequentava um curso presencial, a empresa onde trabalhava foi comprada por uma organização norte-americana.

– Quando se é jogado na selva, tem que se virar – afirma Gerson, hoje com 58 anos, e que teve no contato profissional com estrangeiros um grande impulso para alcançar a fluência.

– Os brasileiros criam bloqueio porque têm vergonha de falar errado na frente de alguém que é nativo no idioma. Eu perdi a vergonha rápido, por isso não criei bloqueio. A dica é: não tenha medo de errar.

Soares compara o aprendizado do idioma ao exercício físico. Não adianta cair em promessas de resultados milagrosos com pouco esforço. Para aprender inglês, diz ele, só existe um caminho: estudar.

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Fonte: A Notícia

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